A necessidade de manter as coisas simples. A maioria das pessoas não conhece isso, não sabe que pra alguns é mais do que uma filosofia da moda o viver o momento, não pensar no amanhã nem no ontem, estar inteiramente naquele instante – é uma necessidade.
Manter simples, diminuir a complexidade das coisas, viver as coisas cotidianas, já é uma conquista.
Não é de fácil compreensão pra quem persegue grandes coisas, muito dinheiro, títulos acadêmicos, cargo importante… Parece se conformar com a mediocridade.
Mas manter-se em paz e fazer as coisas essenciais, como dormir, comer, se exercitar, etc. pode ser em si um objetivo de vida. É assim comigo. E é assim pra muita gente, apesar dessa gente resistir pra admitir, ao máximo do máximo, recaindo em medicação, tratamentos alternativos e (ou) religiões importadas (tantos recursos que nem sempre fazem efeito).
Outra necessidade importante, hoje mais que em qualquer tempo: ter tempo pra não fazer nada. Apenas estar, apenas ser, contemplar, refletir.
A mim esse tempo faz falta, porque é nesse vazio que a criatividade erige e quando a cabeça está muito cheia, e as exigências são exageradas, não há vazio criativo, não há aquele buraco de onde surgem as ideias (o big bang da criação).
Preciso de tempo. De silêncio. De um pouco de nada (muito mais do que costumo ter).
Estamos vivendo um tempo em que não sabemos se o futuro nos reservará um tempo final de “espaço”. Mas por este lado isso até que é bom, porque se não se praticou esse “espaço” mental durante a vida, na velhice não se reconhecerá a importância dele, não se saberá o que fazer com ele, e o tédio não dará chance à invenção e à arte, que emergem desse nada.
É tempo de pensarmos a importância do tempo enquanto é tempo, e aprender antes que nunca a criar “espaços” pra que deles possa emergir a essência, o melhor de nós, o melhor da humanidade.
Ouça esta canção e entenda com o coração o que não está dito.