75 Anos do Dia da Vitória – O Significado Judaico (Por Israel Blajberg)

O Dia da Vitória Aliada na Europa, 8 de maio de 1945, representou um marco relevante na longa e milenar historia do Povo de Israel. Ao comemorar os 75 anos desta data, nossos sentimentos são relativamente conflitantes. Se por um lado o triunfo sobre a Alemanha nazista representou realmente um marco relevante, por outro, o custo para os judeus foi altíssimo, 6 milhões de mártires inocentes foram sacrificados Al Kiddush HaShem* (pelo Santificado Nome), até que esse dia chegasse. Vitória para a qual lutaram bravamente 1,5 milhão de soldados judeus das 19 Nações Aliadas, inclusive brasileiros.

No dia 8 de maio de 1945, os Aliados ocidentais da Segunda Guerra Mundial celebraram o ‘’Dia da Vitória na Europa’’.  Fonte: https://forum.warthunder.com/index.php?/topic/239018-dia-da-vitoria.

O fim da 2ª. Guerra Mundial impediu que se consumasse a terrível resolução da Conferência de Wansee, aos 20 de janeiro de 1942 em Berlim, onde mentes doentias definiram um macabro protocolo para deportar e assassinar 11 milhões de judeus na Europa. Lamentavelmente perderam-se 6 milhões de vidas preciosas, inocentes, mas culpados de serem judeus.

Crime hediondo que hoje encontra negacionistas nos anti-semitas universais. Pereceram no Holocausto 1,5 milhão de crianças. Quantas poderiam ter dado ao mundo mais beleza, mais ciência, mais saúde?

O Brasil, único país latino-americano que participou da 2ª Guerra Mundial, como uma das 19 Nações Aliadas enviou tropas para a Europa. Centenas de nossos bravos soldados, marinheiros e aviadores fizeram o sacrifício supremo da própria vida na luta para ajudar a libertar o mundo do nazi-fascismo.

Jornal O Comércio, do dia 09/05/1945, Rio Grande do Sul. Fonte: https://farolblumenau.com/08-de-maio-de-1945-dia-da-vitoria/

Hitler pretendeu se vingar de uma nação pacífica e ainda rural, lançando uma blitz submarina no litoral brasileiro, com o torpedeamento de mais de 30 navios mercantes, e o sacrifício de 1 milhar de preciosas vidas de brasileiros inocentes. Quando o Brasil se viu envolvido na guerra, desde a primeira hora a comunidade judaica se uniu para defender o país da agressão, com a doação de um avião, e a participação dos israelitas na defesa nacional, amplamente documentada no livro “Soldados que Vieram de Longe” – Os 42 heróis brasileiros judeus da Segunda Guerra Mundial.

Até então a participação de combatentes brasileiros judeus durante a guerra fora pouco conhecida, muitos dos quais agraciados com medalhas de valor militar. Os mil anos do Reich não passaram de 11 dolorosos anos para a Humanidade, até ser destruído, em Stalingrado, Bir Hakim,Tobruk, no Levante do Gueto de Varsóvia, nas praias do Dia D, e na Itália onde lutou a FEB, de Montese a Monte Castello, de La Serra a Fornovo.

“O mundo quase inteiro uniu-se e combateu esses malfeitores, que agora se curvam diante de nós.” (Winston Churchill) Fonte: http://www.portalfeb.com.br/8-de-maio-dia-da-vitoria/

Hoje o mundo parece sofrer de uma amnésia coletiva e seletiva no que diz respeito a acontecimentos não tão distantes, como os aqui tratados. Faz-se mister combater toda e qualquer manifestação de intolerância, como o neonazismo, o terrorismo fundamentalista, e falácias como a negação do Holocausto.

Transcorridos 75 anos da Vitória, esta data tão significativa deve estar sempre na lembrança dos povos, como um farol da luta pela liberdade e democracia.

*Kidush Hashem (do hebraico קידוש השם Santificação do Nome [de Deus]) é um preceito do Judaísmo que deve ser cumprido por todo judeu como expresso na Torá : “Para santificar o Seu Nome” (Levítico 22:32). Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/

Por Israel BLAJBERG  < iblajberg@poli.ufrj.br>

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Izabel Liviski é professora e fotógrafa, doutora em Sociologia pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Escreve a coluna INcontros desde 2009. É Co-Editora da Revista​ ContemporArtes e Diretora de Redação do TAK! Agenda Cultural Polônia Brasil. Contato: bel.photographia@gmail.com

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