POR VOZES E MEMÓRIAS: EXPERIÊNCIAS VENEZUELANAS
Mariana Lopez Expósito, pedagoga, especialista em Educação Infantil e em Educação em Direitos Humanos pela UFABC, professora de Educação Infantil na SME/SP.
POR VOZES E MEMÓRIAS: EXPERIÊNCIAS VENEZUELANAS
INTRODUÇÃO
Por volta de 2013 inicia-se na Venezuela uma importante crise política, econômica e social.
Do ponto de vista político: A chegada de Hugo Chávez à cena política venezuelana, eleito presidente em 1998 e em mais quatro eleições subsequentes, totalizando quatorze anos de governo. Chávez promoveu ampla distribuição de renda no país, com melhoria dos índices sociais e econômicos, com medidas populistas e autoritárias (cerceou o direito à imprensa livre, obrigou multinacionais a entregar parte do controle das empresas ao Estado, entre outras), inclusive após seu governo sofrer um golpe em 2002, foram os militares que o reconduziram ao poder. Durante seu terceiro mandato, por meio de uma emenda constitucional sua eleição foi permitida pela quarta vez.
Sucessor de Hugo Chavez após sua morte em 2013, Nicolás Maduro venceu uma eleição com margem apertada e manteve o pouco espaço para a oposição, aumentando a perseguição à imprensa. Seu governo é alvo de inúmeras denúncias de prisões, ameaças, torturas e até execuções, em 2016 recebeu aprovação da Suprema Corte para retirar os poderes da Assembleia Nacional.
Do ponto de vista econômico: a principal fonte de riqueza da Venezuela é o Petróleo. Não havendo investimento dos governos anteriormente citados em setores como na indústria e na agricultura, o país comprava tudo o que não produzia. Assim, a desvalorização do petróleo a partir de 2014 impactou diretamente no abastecimento do mercado venezuelano: sem o dinheiro da venda do petróleo o governo parou de comprar os itens básicos para a população. Além disso, em 2017 o governo norte americano, liderado então por Donald Trump, passou a impor sanções econômicas ao governo autoritário de Nicolás Maduro
Do ponto de vista social: o impacto para a sociedade foi a hiperinflação e racionamento nos mercados; aumento da natalidade uma vez que inexiste anticoncepcionais para a venda bem como medicamentos básicos; com esse cenário aumenta a criminalidade e consequentemente da violência policial na repressão contra a criminalidade e contra os manifestantes populares que demonstram sua insatisfação com a situação do país. Falta de empregos, recursos para a sobrevivência, agravamento de doenças, culminando em 2019, com a interrupção do fornecimento de energia e água, o país chegou à beira de uma catástrofe sanitária.
Essa crise impeliu boa parte de sua população a fugir para os países vizinhos, dentre eles o Brasil, devido a certa “facilidade” (coloco aqui facilidade entre aspas porque se deve a interpretação subjetiva, muitos andaram por dias, passando necessidades no percurso, outros contaram com ajuda financeira de seus familiares para compra de passagens, entre outros desafios que enfrentaram) de entrada por Roraima. Caracterizando uma migração forçada, o que o Instituto Migrações e Direitos Humanos designa como:
O termo “refugiado” vem sendo também associado à pessoa ou grupos que são forçados a deixar seu país, embora não necessariamente “perseguidos”, por fome, desemprego, questões raciais, étnicas, desordem política interna do país, motivos religiosos, e buscam segurança ou perspectivas de vida e sobrevivência em outros países. Quando, nestes casos, não se configuram todos os elementos legais que caracterizam o conceito de refugiado, estes migrantes são frequentemente chamados de imigrantes econômicos ou refugiados de fato. (IMDH, 2014)
Nesse contexto o CONARE (Comitê Nacional para os Refugiados), de acordo com publicação da Acnur em 2019, baseado na Declaração de Cartagena de 1984, decidiu sobre a existência de grave e generalizada violação de direitos humanos aos venezuelanos, levando a efeitos práticos importantes na resolução de diversos casos desta população.
O Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos (2018) aponta que é urgente e necessário educar em Direitos Humanos, para a defesa, o respeito, a promoção e a valorização desses direitos.
Observamos que o Brasil conta com um conjunto de normas, especificamente a Constituição de 1988, cuja marca cidadã inspira outros documentos oficiais, e políticas públicas voltadas para a proteção e promoção dos direitos humanos.
No entanto, esta realidade convive com violações sistemáticas, e em muitos casos dramáticos, destes direitos. Na sociedade brasileira, a impunidade, as múltiplas formas de violência, a desigualdade social, a corrupção, as discriminações e a fragilidade da efetivação dos direitos juridicamente afirmados constituem uma realidade cotidiana. (CANDAU, 2012).
Por outro lado, vemos a cada dia o crescimento de discussões, reflexões, cursos que afirmam “uma nova sensibilidade social, ética, política e cultural em relação aos direitos humanos” (CANDAU, 2012).
Assim, observamos que apesar de todo o arcabouço jurídico, há uma distância entre o mesmo e a realidade vivida, se os direitos humanos
não forem internalizados no imaginário social, nas mentalidades individuais e coletivas, de modo sistemático e consistente, não construiremos uma cultura dos direitos humanos na nossa sociedade. E, neste horizonte, os processos educacionais são fundamentais. (CANDAU, 2012).
Com a chegada, em 2019, desta população no CEI (Centro de Educação Infantil) em que eu trabalhava, nos deparamos com um desafio importante em garantir a educação como direito humano fundamental, a partir dos referenciais do Comentário Geral n° 13/1999 do Comitê de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais da ONU – Organização das Nações Unidas, cujas quatro principais características são: disponibilidade, acessibilidade, aceitabilidade e adaptabilidade. Na verdade, não estávamos preparados para um efetivo trabalho com crianças venezuelanas, uma vez que não falávamos espanhol e nem as crianças e famílias que atendíamos português.
JUSTIFICATIVA
Para todas as pessoas, adaptar-se exige um esforço de se integrar ao novo espaço, rotinas, alimentação, pessoas, cheiros e tudo o que um novo ambiente carrega. Para as crianças esse esforço é ainda maior, uma vez que, embora disponham de Cem linguagens de acordo com o poema escrito por Loris Malaguzzi91920-1994), nós, adultos, ainda não sabemos interpretá-las.
“A criança é feita de cem. A criança tem cem mãos, cem pensamentos, cem modos de pensar de jogar e de falar. Cem, sempre cem modos de escutar de maravilhar e de amar. Cem alegrias para cantar e compreender. Cem mundos para descobrir. Cem mundos para inventar. Cem mundos para sonhar. A criança tem cem linguagens (e depois cem, cem, cem) mas roubaram-lhe noventa e nove. A escola e a cultura lhe separam a cabeça do corpo. Dizem-lhe: de pensar sem as mãos de fazer sem a cabeça de escutar e de não falar de compreender sem alegrias de amar e de maravilhar-se só na Páscoa e no Natal. Dizem-lhe: de descobrir um mundo que já existe e de cem roubaram-lhe noventa e nove. Dizem-lhe: que o jogo e o trabalho a realidade e a fantasia a ciência e a imaginação o céu e a terra a razão e o sonho são coisas que não estão juntas. Dizem-lhe enfim: que as cem não existem. A criança diz: Ao contrário, as cem existem”.
Podemos então imaginar o desafio, o quão difícil seja para a criança proveniente de outro país, que além dos elencados acima, haviam deixado seu país, sua cultura, suas raízes, mesmo que não tivessem esses fatos a nível do consciente.
Além disso, as dificuldades de acesso às políticas públicas para o povo imigrante/refugiado, que embora previsto em legislação há uma barreira, uma distância entre o que a lei preconiza e o que a pessoa tem condições de acessar, incluindo ações concretas, específicas para o povo venezuelano, e a criança imersa neste contexto, apreendendo informações, ideias, sentimentos destas experiencias, deste mundo do qual faz parte ativamente, de tudo e ao tempo todo.
Chomsky (1997) afirma que “a faculdade humana de linguagem parece ser uma verdadeira “propriedade da espécie”, variando pouco de indivíduo para indivíduo. Para o autor
“a língua é o resultado de dois fatores: o estado inicial e o curso da experiência. Podemos conceber o estado inicial como um mecanismo de aquisição da linguagem que recebe como dados de entrada (input) a experiência, e fornece como saída (output) a língua — saída esta que constitui um objeto internamente representado na mente/cérebro”.
Sendo, portanto, uma capacidade inata do ser humano. Concordando com Chomsky, Evélio Cabrejo-Parra (2011), afirma que os bebês carregam consigo competências naturais ao nascer, dentre elas a competência da linguagem. O bebê vem ao mundo com uma sensibilidade grande a voz humana, assim, a voz se forma, é pela voz do outro que construímos a nossa. A linguagem falada tem ritmo, cadência, regularidades próprias. Os povos constroem sua cultura pela palavra e é através da oralidade que o sujeito se torna capaz e potente para construir sua identidade.
Assim, a barreira da linguagem, pensando nesta como toda forma que o ser humano usa para se comunicar, incluindo aí a língua, que é a forma de comunicação social mais utilizada, seja por sons e/ou gestos tornou-se evidente.
A língua pode ser o lugar de afetos, memórias e sentimentos agradáveis, na publicação da Secretaria Municipal de Educação da Cidade de São Paulo, Currículo da Cidade – Povos Imigrantes (2021, p. 50), observamos: “A língua falada representa mais do que a forma como nos comunicamos com outras pessoas. Ela é a ponte que estabelecemos com as nossas origens e a maneira como entendemos a nós mesmos. A língua nos traz o sentimento de pertencimento”.
Pensando na diversidade linguística que se apresentava e em como incluí-la em nosso fazer, com crianças tão pequenas, planejamos algumas propostas pontuais como: convidar as famílias venezuelanas que faziam parte do CEI para um preparo culinário típico de sua região para o grupo MGI (do qual eu era a professora); convidar a mãe para vir em nossa roda cantar cantigas da cultura da infância da Venezuela para as crianças do nosso grupo e, convidar duas mães para contar sobre como se deu sua vinda para o Brasil.
Foi a partir desta experiência que este trabalho se origina, nasce aqui esta ideia de construção de um repositório de memória “falada”, por meio história oral e de cantigas infantis, representativas da população venezuelana, da cultura da infância venezuelana que possam contribuir para, além da preservação da memória dos mesmos, o acesso em momentos de necessidade (como no caso da acolhida), saudade, ou para lembrar, recordar de experiências afetuosas com a língua materna e do contexto da infância.
Quando a língua com que uma pessoa se identifica está distante, esta faz tudo o que é possível para mantê-la viva porque as palavras te devolvem tudo: o lugar, as pessoas, a vida, as ruas, a luz, o céu, as flores, os sons. Quando uma pessoa vive sem sua língua se sente (…) em uma diferente altitude, respira outro tipo de ar e está sempre consciente da diferença (Jhumpa Lahiri in SÃO PAULO, p. 52, 2021)
A fim de facilitar o acesso a essas memórias, criaremos um podcast, que dará visibilidade às narrativas orais diferentes e ao mesmo tempo, poderá ser utilizada por outros profissionais, outros interessados a distância, facilitando o trabalho, especialmente com crianças pequenas, em outros contextos.
OBJETIVOS E HIPÓTESES
OBJETIVO GERAL
Afirmar ações em Direitos humanos por meio de narrativas orais de imigrantes venezuelanos, preservando suas memórias em arquivos digitais com a construção de podcast.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
- Afirmar ações em Direitos Humanos valorizando o humano;
- Preservar as memórias do povo venezuelano;
- Afirmar a identidade do povo venezuelano;
- Valorizar a oralidade como forma de preservação de história e de comunicação;
- Contribuir para a valorização da escuta ativa e sensível;
- Trazer a luz vozes desta população: imigrantes venezuelanos;
- Contribuir para o empoderamento desta população;
- Favorecer o acesso ao direito da herança social e o direito a memória à população venezuelana;
- Promover ação de respeito e valorização da diversidade e da solidariedade, construindo um lugar de memória da população venezuelana.
HIPÓTESES
Desde os mais remotos tempos, a humanidade narrava fatos e acontecimentos, numa ânsia de saber e domínio sobre a vida. Narrava o que não compreendia e para compreender a vida, para guardar na memória e para se humanizar. A forma mais antiga de se conhecer histórias é pela oralidade, pela palavra.
A partir da construção do projeto do podcast como um repositório de memória “falada”, usando a oralidade para traduzir suas memórias de histórias e cantigas, uma vez que
A memória faz de nós aquilo que somos e podemos vir a ser (SOUZA e SALGADO, 2015).
A memória recolhe os incontáveis fenômenos de nossa existência em um todo unitário; não fosse a força unificadora da memória, nossa consciência se estilhaçaria em tantos fragmentos quantos os segundos já vividos (Ewald Hering, 1920, in MOURÃO e FARIA, 2015).
Assim os episódios de podcast podem contribuir para a manutenção do que foi vivido aceso e visível (audível no caso), para acesso, lembrança, acolhimento, conhecimento e aconchego. Numa perspectiva de resistência ao esquecimento.
METODOLOGIA
Como metodologia utilizamos o entrelace entre a História pública e a História oral. Não como sinônimos, mas como campo que se abre para um diálogo que envolve o público em sua produção, no caso deste trabalho.
Embora haja diversos estudiosos que contribuem para fortalecer o conceito de História Pública, no texto História pública: entre as “políticas públicas” e os “públicos da história” Almeida e Rovai (2013) o aponta como “um conceito escorregadio por abrigar múltiplas tendências profissionais e acadêmicas, e por isso exige responsabilidade e compromisso acadêmico e social”.
Eu defino História Pública como sendo baseada em três particulares enfoques: a comunicação de História para públicos não acadêmicos, a participação pública, e a aplicação da metodologia histórica a temas do dia a dia. Esses critérios relacionam-se com uma redefinição mais ampla da profissão histórica desde os anos 1960. Simbolizada pelo crescimento da Internet e novo acesso popular ao conhecimento, novas questões cresceram sobre o historiador e seu papel na sociedade (CAUVIN, 2018, p. 5, in FAGUNDES, 2019).
Esse novo caminho propõe para além da preservação da cultura, o como envolver a comunidade na reflexão de sua própria história, sendo, portanto, uma produção de autoria colaborativa.
Para Matos e Sena (2011) a História oral, enquanto procedimento metodológico, procura registrar, de forma a tornar perpétuo as lembranças, impressões, vivências das pessoas que se dispõem a compartilhar suas memórias com os demais e assim promover o conhecimento do que foi vivido pelos narradores com mais riqueza e colorido das situações.
Particularmente, em relação a História oral, valoriza-se sua capacidade de
ser um meio privilegiado para oferecer respostas rápidas a demandas sociais pelo registro e pela análise histórica de acontecimentos contemporâneos, sobretudo aqueles imprevisíveis, como conflitos sociais e desastres naturais; um meio privilegiado de reconhecer e preservar as narrativas de pessoas e grupos em situações de sofrimento e de vulnerabilidade de várias ordens, situações que passam a ser constitutivas de suas identidades pessoais e sociais. (SANTHIAGO, BORGES e RODRIGUES, 2020).
Assim, convidaremos, inicialmente, algumas famílias venezuelanas que frequentaram o CEI Jardim São Luiz I, pois já temos contato.
Utilizaremos do aparelho celular para gravar os áudios das histórias, memórias e cantigas venezuelanas;
Criaremos uma conta na plataforma Anchor, para hospedar os áudios, que posteriormente serão disponibilizados a quem se interessar. Os programas de podcast serão semanais inicialmente. O podcast é um programa de rádio sob demanda, você pode ouvir como, onde e quando quiser, diferente do rádio convencional que é síncrono, o podcast é assíncrono, utilizaremos texto corrido que tem um roteiro pré-definido para o podcast.
A proposição do uso de ferramentais tecnológicas como o uso do celular, plataformas e a necessidade de disponibilidade de Internet para acessar e produzir o trabalho, acompanha o momento sócio histórico no qual estamos inseridos. Mas gostaríamos de frisar que o fio que liga ao passado se dará pelo uso e manutenção da palavra.
RESULTADOS PARCIAIS/ESPERADOS
A partir das publicações dos episódios, com o acesso de professores, esperamos conseguir colaborar para que a voz dessa população seja ouvida, no sentido mais amplo da palavra voz.
Esperamos conseguir manter viva a memória deste povo, incluí-los verdadeiramente aumentando a igualdade de oportunidades, diminuindo o complicador das relações que é a barreira da língua.
Colaborarmos para a construção de uma cultura a favor da não violência, do respeito e acolhimento. Fomentamos experiências acerca do uso da palavra, da oralidade, da resistência e da inclusão, especialmente com crianças pequenas.
A seguir link da plataforma Anchor: https://anchor.fm/mariana-lopez-exposito e do Spotify: https://open.spotify.com/episode/71AmJ7JSL9NADjk9wv7O0s?si=hmJpfV10QIWjRajUIq-I4g&utm_source=copy-link&nd=1
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Até mesmo para nós ouvirmos, ao visitarmos o podcast, é motivo de emoção. Quanta história, quanta experiência, quanta vida! É como se pudéssemos a partir do passado, atuando no presente, nos responsabilizar, nos implicar com e pelo futuro, é como me sinto, é como vejo.
O que seriam destas memórias, destas histórias, destas cantigas, destas vozes se não fossem vividas e divulgadas? Concordando que é pela língua que nos apresentam e apresentamos o mundo, que é a língua que nos conecta, que nos dá o sentimento de pertencimento.
É preciso ter esperança, do verto esperançar, como bem o proclamou Paulo Freire (1992), e não de esperar, mas sim de luta, de ação. Por uma Educação em Direitos Humanos onde as três dimensões: formação, empoderamento e transformação sejam referencias e norte para uma educação democrática, alicerçada na igualdade como concepção da natureza humana.
Desejo que este trabalho cresça, não por mim, mas para todos e por todos os envolvidos com a Educação da criança pequena: crianças venezuelanas que ao ouvirem vozes, línguas originárias, aproximando-se de uma palavra conhecida sintam sua identidade reconhecida; famílias venezuelanas que ao saberem que seus filhos foram acolhidos, que estão bem, se sintam também acolhidas, bem, que possam também saber que sua língua está viva, pulsante e que podem proporcionar isso a outros conterrâneos, o reencontro com suas raízes e preservação de suas memórias; aos professores da Educação Infantil, apesar de muitas vezes a cultura escolar encontrar-se engessada, que poderão utilizar a voz de pessoas venezuelanas para se aproximar de suas histórias e assim conhecer e acolher verdadeiramente seus alunos, considerando-os na sua singularidade e inteireza.
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