EM DEFESA DOS DIREITOS HUMANOS: B’NAI B’RITH

Perguntamos a Szyja Ber Lorber * o que é, e o que faz a B’nai B’rith?

Segundo ele, a B’nai B’rith, que em hebraico significa “Filhos da Aliança”, é a mais antiga organização de defesa dos direitos humanos em todo o mundo. Fundada em 1.843 (há 176 anos) em Nova York, a instituição judaica tem caráter universalista e atua em 54 países promovendo a Educação, campanhas humanitárias em favor de vítimas de guerras e desastres naturais, serviços sociais de assistência médico-hospitalar a pessoas carentes, combate ao racismo e à discriminação de todas as espécies.

É reconhecida como ONG e possui assento na ONU e em outros foros internacionais. Presta serviços comunitários de acordo com os mais elevados princípios da humanidade e do judaísmo, entre os quais o conceito de Tikun Olam, segundo o qual, cabe a cada um de nós fazer deste um mundo melhor para todos. Assim, a B’nai B’rith Internacional já fundou hospitais, orfanatos, lares para idosos, bibliotecas e realizado incontáveis iniciativas e programas de interesse público.

Na América Latina existem cinco Distritos da entidade na América Latina: Norte da América Latina e Caribe; Brasil; Argentina; Chile, Bolívia e Peru; Paraguai e Uruguai. A presidência é rotativa, e muda a cada dois anos. Tem como função representar a instituição no âmbito latino–americano ante a B’nai B’rith Internacional na coordenação de projetos e ações conjuntas nas áreas política, comunitária, educacional e emitir declarações públicas sobre os temas tratados por toda a instituição. Seu escritório central está situado no Uruguai.

No Brasil, a organização está presente há 86 anos. Banida durante a ditadura do Estado Novo (1937-1945), voltou às atividades com a redemocratização, e desde então tem contribuído para o aperfeiçoamento de leis nacionais contra o racismo. Disso decorre o incentivo à fraternidade, ao diálogo inter-religioso, promovendo a inclusão social, a cultura da paz, a educação democrática e ao trabalho social, atuando em parcerias com outros setores da sociedade.

Teve especial participação, junto com a CNBB, na proteção de pessoas perseguidas pela ditadura. A B’nai B’rith mantém lojas nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná e Rio Grande do Sul e representantes em alguns outros Estados.

No Paraná, em sucessivas gestões, a BB desenvolveu um trabalho específico contra a intolerância, através da disseminação do Ensino Sobre o Holocausto, concursos para a Rede Pública de Ensino, Jornadas Interdisciplinares para Educadores e palestras com sobreviventes sobre o Holocausto.

Com a OAB-PR, realizou desde o Projeto Direitos Humanos: Diálogos com a Sociedade, que teve conferências do arquiteto Jaime Lerner, ex-prefeito de Curitiba e ex-governador do Estado, sobre Mobilidade Urbana, e do então embaixador de Israel no Brasil, o árabe druso Reda Mansour, sobre “Direitos Humanos e Políticas de imigração no Estado de Israel”.

Com a Secretaria de Educação do Estado do Paraná realizou um projeto para combater o bullying nas escolas. Com o UniBrasil – Centro Universitário e o Graciosa Country Club, tem coparticipado do evento “Pensando o Brasil”, que tem trazido a Curitiba grandes expressões da atualidade como Demétrio Magnoli e Luiz Felipe Pondé entre outros.

No Hospital Pequeno Príncipe, promove desde agosto de 2015 uma ação conjunta de integração humana e desenvolvimento social denominado Projeto Tikun Olam Ismar Strachman, em homenagem ao médico e irmão da B’nai B’rith do Paraná, já falecido e que era pediatra no hospital. O objetivo é incentivar jovens e adultos a fazer um trabalho voluntário com as crianças em convalescença.

 

Rabino Nilton Bonder, Szyja Lorber, presidente da B’nai B’rith Paraná e Wanda Camargo do UniBrasil Centro Universitário. Fonte: http://glorinhacohen.com.br/?p=46102

 

*Szyja Ber LORBER, jornalista, escritor com diversos livros publicados, professor de Geografia e História, especialista no conflito do Oriente Médio, é presidente da B’nai B’rith Paraná. Licenciado em Geografia e Estudos Sociais (Ponta Grossa) e bacharel em Comunicação Social – jornalismo pela Universidade Federal do Paraná. Especialização na ESMP – Escola Superior de Marketing e Propaganda. (O nome Szyja é polonês e o “sz” se pronuncia como “ch” ou “x” e a tradução é Josué).

Obs. Imagens retiradas da Internet, com a finalidade meramente ilustrativa da matéria.