A fragilidade emocional e sua interiorização

Os “diferentes” dentre as pessoas sempre foram tratados como párias sociais. Todos aqueles que não correspondiam e correspondem a um modelo estabelecido são tidos como culpados, responsáveis, autores da própria ignomínia. Assim é que negros, homossexuais, portadores de deficiências, gordos, baixos, muito altos, muito magros, pobres, mulheres(!) são sempre condenados como tendo escolhido sua condição que ofende a ordem e a pureza institucional.

No caso da homossexualidade, todos os valentões heterossexuais(?) sentem-se plenamente autorizados a “jogar ‘pedra’ na Geni”, esporte divertido e sem perigo nenhum, afinal homossexuais foram discriminados e estigmatizados por tanto tempo que deveriam estar acostumados; e há o bônus de que eventuais machões em dúvida quanto à própria orientação sexual podem tentar esconder isso vociferando contra aquilo que verdadeiramente os perturba.

O mais grave nesta história infame é que os valores impingidos como universalmente corretos são personalistas, um ideal impossível de ser humano, que não veste necessariamente Prada mas algo possível. Qualquer desvio é punido com deméritos e, por fim, com o opróbrio.

Por séculos os representantes do bem não apenas se valeram do trabalho gratuito ou muito mal pago dos “imperfeitos”, mas inocularam neles o sentimento de serem os verdadeiros culpados por seus males. Afinal, podendo nascer homem branco, heterossexual, alto, rico, anglo-saxão, apenas alguém muito mal intencionado seria negro ou índio, mulher, latino ou africano, e outras formas de ofensa aos homens de bem e seus valores. E por um processo de introjeção, centenas de milhões de pessoas aceitaram os maltratos acreditando lhes serem devidos por uma culpa ancestral difusa.

Tivemos um exemplo recente emblemático desta mudança. Um senador da República, criticado por um desses valentões de rede social por ser homossexual, respondeu no maior palanque político do momento, a CPI do Coronavírus, que sim, é homossexual casado com outro homem e tem dois filhos adotados que ama, e mais, que sua família é tão merecedora de respeito quanto qualquer outra.

A imensa dignidade da declaração orgulhou o país inteiro, com a previsível exceção do empresário autor da crítica e da sua turma, que certamente escondidos atrás de seus preconceitos esperavam que o senador fosse covarde como eles e temesse a opinião pública.

O caso foi exemplar pela reação madura e contida do agredido, mas evidentemente a resposta esperada era de medo e encolhimento, de vergonha e culpa. Muitos casos assim levaram a isso, algumas vezes até ao suicídio, e é inacreditável que alguém se julgue com tantos direitos à vida alheia.

Outro exemplo veio de um cidadão, de bem por suposto, que se atribuiu o direito de dizer a uma modelo negra que sua cabeleira o assustava, repetindo a sandice até ser acusado de racismo, quando se surpreendeu pela injustiça de que não se achava merecedor por um simples comentário de cunho estético – em sua opinião.
Expor conscientemente pessoas a situações de fragilidade envolve assumir o risco de ruptura do equilíbrio entre a pessoa atacada e o meio social no qual ela possa estar integrada, mesmo que esta integração não seja perfeita.

Isso acontece não apenas nos comportamentos, mas também em relação a um eventual pertencimento a uma minoria, seja ela étnica ou racial, à pobreza, desemprego de longa duração, fracasso escolar. Estas situações caracterizam ameaças de interrupção do laço social de proximidade e de solidariedade, tendendo a aumentar a rejeição e o insucesso, quando não a exclusão social.

Laços familiares e afetivos desfeitos implicaram sempre em riscos acrescidos para a saúde, em reação emocional desequilibrada, sofrimento intenso, e algumas vezes desligamentos do mundo do trabalho.
Quem corre o risco de produzir tal efeito na vida de seu semelhante? A falta de educação, em seu sentido mais amplo, costuma produzir pessoas insensíveis aos sentimentos alheios, sem empatia e incapazes de reflexão.

E com uma frequência alarmante os agressores não se consideram como tal, acham que estão “brincando”, que estão exercendo sua superioridade indiscutível, consideram até que o agredido não se importa tanto quando não reage à agressão. A ignorância é usada constantemente como recurso de defesa, mas a falta de um bom sistema educativo manifesta-se também neste tipo de procedimento.

Wanda Camargo – educadora e assessora da presidência do Complexo de Ensino Superior do Brasil – UniBrasil.

Notícias Falsas, Notícias Verdadeiras

O protagonista de “1984”, de George Orwell, é ouvido pelos serviços de informação dizendo que “liberdade é o direito de afirmar que dois mais dois são quatro”. Preso como inconformista, é destruído física e mentalmente pelos torturadores do onipresente “Big Brother”; então, indagado quanto seriam dois mais dois responde com absoluta sinceridade “tanto quanto o Estado disser que são”, pela resposta redentora é considerado reabilitado. A questão toda nada tinha a ver com aritmética, sequer com nada racional, era de poder que se tratava, dominar corações e mentes até o ponto em que qualquer absurdo passa a ser real.

O dramaturgo Luigi Pirandello escreveu em 1917 uma peça chamada “Assim é (se lhe parece)”, é o caso de uma família que se muda para uma pequena cidade e é, aparentemente, disfuncional em relação aos hábitos locais. A população passa a se dedicar em tempo quase integral a bisbilhotar os “esquisitos”, suas ações e seus motivos, e não chega nunca a conclusões minimamente consensuais. É um estudo irônico da curiosidade humana colocada no aspecto patético, as pessoas abandonam seus interesses mais práticos para focar em algo que apenas marginalmente lhes diz respeito. E chegam a descobertas e opiniões variadas sobre os mesmos fatos, o que parece ser o tema da peça: a inexistência de verdades únicas, mesmo em questões simples.

Não há verdades únicas e absolutas no mundo real, talvez com a exceção relativa das verdades comprovadas cientificamente e, mesmo essas estão sempre sujeitas ao escrutínio eventual de novas descobertas. Mas os espíritos autoritários independentemente de sua cor ideológica baseiam-se sempre na crença, aplicável aos demais e talvez menos a eles mesmos, de que são os portadores da luz.

E aí reside um dos maiores males de ditaduras, a negação do dissenso, da opinião diferente, do pensamento, a autoiluminação demente. “A terra é plana”, “as eleições foram fraudadas”, “a covid-19 é uma gripezinha”, “cloroquina salva”, “distanciamento social não é necessário”. As declarações estapafúrdias se amontoam e acreditamos, queremos acreditar pelo menos, que seus autores não são tão néscios assim, há método nesta algaravia destinada a fazer seguidores e influenciar eleitores.

O princípio da liberdade de expressão é constitucional e indispensável para o verdadeiro Estado de Direito e o convívio civilizado; seu limite é a responsabilidade pelo que se fala, injúrias, calúnias e difamações não são aceitáveis de modo algum. O inquérito em curso pelo STF destina-se a investigar, também, a prática de disseminação de “Fake News” por recursos eletrônicos chamados “robôs” que possibilitam o envio da mesma postagem por milhares, até milhões, de vezes, a um custo elevado cujo financiamento está também sob investigação.

Isso não se constitui na legítima divulgação de opiniões, e sim em agressões e tentativas de intimidação de adversários ou simplesmente de divergentes; no mundo anterior à pandemia, a coletividade e a solidariedade vinham sendo substituídos paulatinamente pelo indivíduo e suas opiniões, num desprezo absoluto pela ciência e a comunidade. A psicologia social analisa bem como nossa tendência a formar noções simplificadas para entendermos e sobrevivermos às complexidades da vida real e que aos poucos se tornam imunes às contradições, passam a ignorar as exceções e rejeitam inclusive a própria experiência. Simplificar torna o ambiente reconhecível, elimina pormenores e assim nos permite adotar acriticamente as normas e valores vigentes, mas traz como consequência o medo do conhecimento.

Atribuir à autoridade constituída o ato de pensar, faz odiar os que pensam por si, ou seja, duvidam das atitudes e comportamentos que estão fundados no estereótipo, nas explicações dadas pelos “guias”, eliminam a necessidade de manter viva a percepção. Toda criança é dependente do consenso de seus pais, tutores ou mesmo professores, e inicia sua vida em acordo com as exigências impostas dentro de seu círculo mais restrito, de onde extrai segurança, alimentos e os valores que nortearão suas vidas futuras. Escolas, como outras instituições que socializam são, portanto, junto com a família responsáveis pelas crenças que desenvolverão, e a educação para a maturidade, para a vida intelectual, poderá firmar autonomia e autodeterminação.

O Feijão e o Sonho

Num conto infantil clássico, uma mãe muito pobre manda o filho vender a vaca, única posse da família, para comprar alimentos. O menino retorna com alguns feijões, dizendo que seriam mágicos, e que trocou o animal por eles. Como é uma história para crianças, os feijões eram mesmo mágicos e seu plantio dá origem a fatos que culminam com a destruição de um gigante maligno e a solução dos problemas materiais da família.

Recentemente, soubemos perplexos que um pretenso líder religioso teria posto à venda feijões que teriam o poder de curar a Covid-19, por mil reais cada um (!). No mundo real isso é, evidentemente, tentativa de estelionato e pior, praticada contra pessoas vulneráveis provavelmente com pouca escolaridade e apavoradas com a epidemia que nos assusta a todos.

Pastores, padres, rabinos, sheiks, xamãs, têm todos imensa responsabilidade pelos seus atos e discursos, afinal suas atividades tendem a gerar confiança a priori; a fé das pessoas deve ser respeitada e não vilipendiada em comércios esdrúxulos e enganosos.

Ilustração da fábula “O lobo e o Cordeiro”.

 

Um problema que preocupa todo dirigente sério – seja religioso, empresarial, de escola, de serviços, da política – tem sido desde sempre a credibilidade, entendida como qualidade ou característica do que merece crédito, já que confiança está estritamente relacionada com credibilidade, e esta é adquirida por posturas adequadas, correção nas ações anteriores, boa média de acertos nas decisões tomadas.

Credibilidade é essencial pois muitas vezes líderes necessitam tomar atitudes inesperadas, até arriscadas ou antipáticas em meio às crises, ou determinar comportamentos difíceis de serem seguidos, como por exemplo normalizar comportamentos ou isolamento social, mudar toda a forma de trabalho, do presencial para o remoto, o que já se observa em organizações como escolas e empresas, ou então de uma rotina sob controle para uma situação de emergência como em hospitais.

Pela inspiração destes chefes, por fé em suas palavras, será necessário fazer até mesmo mudança na forma de lazer ou de contato com familiares, que não são exatamente simples, inseguranças e temores tendem a se exacerbar, pequenas implicâncias tendem a criar grandes conflitos, a tolerância é cada vez mais reduzida. Aqueles que tem crianças em casa terão ainda mais complicações a enfrentar, dado que elas pouco entendem daquilo que ocorre e tem necessidade de brincar, pular, gritar, gastar energia. Para pais que precisam trabalhar em casa ou fora dela é muito desafiador.

Tudo isso implica em uma alteração radical na forma como se vivia até pouco tempo atrás, um processo intenso de adaptações e renovações tecnológicas nem sempre fácil dependendo da faixa etária. Que o digam professores de todas as idades que precisaram migrar a modalidade de suas aulas de um dia para outro, coisa relativamente tranquila para os jovens, porém crucial para aqueles de mais idade; e empresas de muitas áreas precisam reinventar-se.

Assim, confiança no líder ou orientador espiritual é indispensável para que ele ilumine, inspire, conduza ao melhor caminho, e embora seja, como declarou Tolstói em Guerra e Paz “um escravo da história”, possa moldá-la e criar novas páginas de vitória para seu povo.
Sabemos que o momento é muito grave, que existe a possibilidade real da epidemia sair de controle com aumento exponencial de contágios e mortes, e a única arma eficaz disponível até agora, antes do desenvolvimento e aplicação universal de vacinas, é o bom governo, sem sonhos absurdos com soluções rápidas e indolores, pois mesmo contrariando nossa racionalidade queremos acreditar que a cura virá logo e a vida voltará a seu curso normal.

Que isso não nos leve a crenças com pouco ou nenhum fundamento científico, tornando-nos vítimas de qualquer demagogo que negue o óbvio doloroso e prometa soluções mágicas, como feijões milagrosos.

ABRIL É O MAIS CRUEL DOS MESES

“Abril é o mais cruel dos meses…”

O verso do poema “A Terra Desolada” de T.S. Eliot seria um paradoxo num mundo mais singelo: abril no Hemisfério Norte é o primeiro mês pleno da primavera, quando a natureza parece renascer após o inverno gelado. Supostamente é tudo menos um mês cruel, mas no tempo poético está expressa a angústia de quem sofre no Paraíso. [“mistura memória e desejo, aviva agônicas raízes…”]
Este nosso abril de outono de 2020 também está sendo de absoluta crueldade, é o primeiro mês pleno da peste, da praga, da Covid-19 no país.

Nos dias que seriam maravilhosos de céu azul e de sol, o que na verdade agrava a seca que compromete o próprio abastecimento de água, parecemos nos dividir em grupos: os que podem seguir a orientação sensata de ficar em casa, os que não podem ficar em casa por que precisam manter as atividades que garantem sua sobrevivência, os que sequer tem casa para ficar, os que não podem abandonar hospitais, os que garantem a segurança, a entrega de comida, a venda de remédios, a informação, a limpeza das cidades, os irresponsáveis que se acreditam imunes a um vírus que já infecta milhões, os oportunistas quase criminosos que berram estridentes que a economia e a manutenção de seus lucros financeiros e/ou políticos é mais importante do que a preservação de vidas.

“Campo de Trigo com Corvos” de Vincent van Gogh, 1890.

 

Os privilegiados que estamos em quarentena começamos a manifestar os sinais desta condição, não é da natureza humana este isolamento, este contato pessoal com apenas uma ou duas pessoas. Temos o sentimento de pânico, de que alguma coisa terrível está acontecendo e que podemos fazer muito pouco, que tudo nos ameaça e aos nossos entes queridos. Infelizmente é verdade para muitos, mulheres presas com companheiros violentos e frustrados, crianças confinadas com molestadores, pessoas em relacionamentos tóxicos que ficam um pouco mais envenenados em situações de isolamento social.

Se, por um lado, podemos fazer muito por nós mesmos primeiramente, evitando ao máximo contatos em que possamos nos contaminar ou mesmo contaminar os demais, e ajudando como pudermos os mais vulneráveis que não podem sequer sair de casa para comprar alimentos ou remédios, mantendo na medida do possível os pagamentos aos que nos prestam serviços e estão impedidos de fazê-lo, participando ou organizando campanhas de coleta e distribuição de cestas básicas, roupas, kits de proteção, até brinquedos e doces para crianças; por outro é importante estendermos uma rede de prevenção aos conflitos domésticos, às desavenças de gênero ou homofobias, fazendo funcionar os telefones disponibilizados à comunidade, como o 180 ou 190.

Mantemos contato com parentes e amigos através de lives, muitos de nós continuamos trabalhando em home Office e vídeo conferências. Apesar disso, sobra a consciência de que ainda não estamos, e talvez nunca estejamos, preparados para abstrair as pessoas reais de nossas vidas, somos sociais e precisamos uns dos outros para nosso próprio equilíbrio emocional. Nos anos que antecederam esta crise comentou-se muito acerca do distanciamento das relações, quando pessoas sentavam juntas ao redor de uma mesa e não conversavam umas com as outras, preferindo enviar mensagens e fotografar os pratos, o ambiente e os circunstantes.

Porém efetivamente precisamos uns dos outros, ver e falar ao vivo, tocar, abraçar, conversar com todos os complementos de um contato real e não virtual: cores, perfumes, trejeitos, tempo para respirar entre uma frase e outra sem a urgência de um encontro pela internet.

Tempo para não descuidarmos de nossos vizinhos de todo o planeta, que talvez mais do que nunca estejam precisando de nós.
“Não há mal que sempre dure” diziam nossos avós, e tinham razão; da mesma forma que passaram outras guerras, ditaduras, epidemias, esta também vai passar. Evitando um otimismo panglossiano, passará com um alto preço em vidas e deixará economias arrasadas, mas vai passar, devemos estar preparados para iniciar a reconstrução e ter consciência de que não será o último desafio que enfrentaremos.

Aprendizagem fora da escola

“Decamerão”, Giovanni Boccaccio; “A Peste”, Albert Camus; “A Morte em Veneza”, Thomas Mann; “O Mez da Grippe”, Valêncio Xavier; “A Máscara da Morte Rubra”, Edgard Allan Poe; “Ensaio sobre a Cegueira”, José Saramago; “O Amor nos tempos do Cólera”, Gabriel García Márquez.

São grandes obras de grandes escritores, e têm em comum epidemias como tema ou pano de fundo. Surtos epidêmicos ocorrem quase regularmente, alguns de muita seriedade, e estes nos dão noção da fatuidade da vida, das vaidades, das fragilidades e das maravilhas que constituem tudo o que é humano. São ocasiões em que bazófias infantis e levianas convivem com exemplos de absoluta responsabilidade e desprendimento; vemos, da mesma forma e ao mesmo tempo, especuladores açambarcando mercadorias necessárias a todos e profissionais de saúde, de segurança e de informação dando seu tempo e até arriscando a própria vida para cumprir seu dever.

A atual gripe Covid-19 é altamente contagiosa, mas como aparentemente é proporcionalmente menos letal que outras pestes, como SARS e H1N1, há a tentação de negar a seriedade do que acontece; frente à necessidade de mudar comportamentos para preservar a si mesmos e aos demais de contágio, muitos agem como se fossem naturalmente imunes e como se nada fosse com eles. Mas é sim, é com todos nós.

A expectativa mais otimista é que em cerca de três meses o número de contágios se estabilize e passe a diminuir, que desenvolvamos naturalmente anticorpos, e que o vírus tenha mutação como já aconteceu com outros e sua letalidade diminua; e há inúmeros centros de pesquisa no mundo todo procurando desenvolver vacinas ou formas eficazes de tratamento. De todo modo, as recomendações de evitar aglomerações e contato físico, de desinfetar e lavar as mãos constantemente, sair o mínimo possível de casa, são pertinentes e devem ser seguidas.

Escolas estão fechadas, o que é grave, mas todos os esforços de contenção da pandemia devem ser efetuados, embora haja extrema necessidade de continuidade do processo educativo, pois pais e responsáveis devem assumir este encargo indispensável.
É possível ler bastante com as crianças, excelentes escritores fizeram obras infantis ou juvenis, controlar o tempo de estudo dos adolescentes, ensinar a cozinhar doces e salgados – hoje uma profissão em alta – costurar um pouco, pelo menos o suficiente para pregar seus botões e fazer uma barra, independentemente de ser um rapaz ou uma garota.

Cuidar da casa sendo responsável pelo seu próprio lixo, prestar atenção nas plantas e necessidades dos animais domésticos, escrever pequenas cartas e bilhetes para treinar habilidades na escrita, fazer cursos on-line, visitar digitalmente alguns dos maiores museus do mundo, ouvir música, principalmente as preferidas em outros idiomas com tradução na tela, aprendendo a cantar sabendo o significado das letras que muitas vezes são pura poesia, e muitos, muitos outros exemplos de aprendizagem que complementem e auxiliem o trabalho dos professores no retorno às aulas.

Tempo para melhorar a qualidade do contato interpessoal, ainda que com pouco contato físico, reaprender a divertir-se como unidade familiar, estabelecendo laços afetivos mais duradouros e fortes.

Assim como cabe a cada família o cuidado com seus idosos, protegendo-os ao impedir suas saídas sem necessidade, efetuando compras de mantimentos ou remédios para eles, conversando para mitigar a solidão ao telefone ou pelas redes sociais, assim também com crianças ou jovens a atenção deve ser diferenciada e de maior qualidade.
Com certeza sairemos desta crise um pouco mais solidários, e podemos também, ao término, apresentar um acréscimo de nossa cultura geral, ou específica em alguns temas de nossas preferências. Ajudar as escolas é auxiliar o desenvolvimento de nosso país.