RETROSPECTIVA DA SEMANA FASHION REVOLUTION CURITIBA

A Semana Fashion Revolution faz parte de um movimento mundial que celebra os trabalhadores da indústria da moda e relembra o desastre da queda do edifício Rana Plaza, em Bangladesh, que aconteceu no dia 24 de abril de 2013. Presente em mais de 100 países, o movimento Fashion Revolution luta para promover a ética e a sustentabilidade na moda, através de palestras, oficinas e painéis de discussão.Em Curitiba, a Semana aconteceu de 22 a 27 de abril com cerca de 49 atividades, em sua grande maioria, gratuitas.

Fonte: https://slowly.com.br/semana-fashion-revolution/

Envolveu artistas, criadores, designers, costureiras, consultoras de estilo, estudantes, empresários, jornalistas, professores e interessados. Com o tema “por uma moda que conserva e restaura o meio ambiente e escuta as pessoas”, a campanha de 2019 buscou conscientizar o público para promover mudanças culturais, industriais e políticas na moda, estimulando práticas sustentáveis e responsáveis nos processos de produção, compra e descarte de roupas.

No Centro Europeu foram realizados workshops e talks com criadores, designers e empresários da moda local com o apoio e organização da supervisora do Núcleo de Moda Nicolle Gora e Aline Bussi, professora e coordenadora do movimento em Curitiba. No talk com Francesca Córdova, Heloisa Strobel Jorge e Fabianna Pescara, professora do curso Design de Moda do Centro Europeu, os assuntos abordados foram sustentabilidade, o valor do vestir, estratégias de venda e a homogeneidade da indústria. Lucas Bettin e Yasmin Lapolli, da marca Transmuta contaram sua trajetória e realizaram uma oficina de upcycling.

“Você não precisa ir para Bangladesh para ver condições desumanas de trabalho. É só olhar na sua vizinhança”, disse Yasmin Lapolli, ex-aluna do curso de Design de Moda na escola. A dupla lembrou do desastre de 2013 na abertura da oficina. Os estilistas explicaram como o upcycling trouxe uma prática que antes nos era quase intuitiva: “Nossas mães e avós sempre transformavam as roupas delas, mas a indústria tornou o consumo muito fácil e rápido. O problema é que perdemos a mão.”

Luanna Toniolo e Henrique Domakoski, criadores da TROC, também estiveram no Centro Europeu na palestra sobre moda second hand. Quando a TROC nasceu, em 2016, o casal se questionou se a marca realmente era consciente, uma vez que a loja vendia produtos usados de grandes redes de fast fashion. Mas depois de pensar no tema, os empreendedores perceberam que além da preocupação com a origem das peças, é interessante pensar no destino daquilo que já está no mercado.

“Essas roupas estão no mundo, nós queremos tornar a vida útil delas mais longa e diminuir o impacto negativo da indústria”, explicou Luanna. Três anos depois, a startup é o maior brechó online do Brasil. “Tudo o que é verdadeiro e genuíno, vende. Nós definimos nosso propósito e seguimos. O mundo não aguenta mais o estilo de vida e consumo dos nossos pais”, explicou Henrique.

O saldo do evento foi muito positivo. Tivemos a oportunidade de repensar, recriar, reciclar, ressignificar valores e produtos de moda. E terminamos a semana com a sensação de que sim, podemos fazer diferente, concluiu Nicolle Gora, supervisora do núcleo de Moda do Centro Europeu. Com certeza uma semana que vai deixar saudades…

Sobre o Fashion Revolution

O Fashion Revolution nasceu como uma reação ao status quo da indústria da moda. O movimento foi idealizado em 2013, após o desastre do Edifício Rana Plaza, em Bangladesh, no dia 24 de abril do mesmo ano. O desmoronamento do prédio, que na época abrigava confecções ilegais de marcas de fast fashion, deixou 1.133 mortos e 2.500 feridos.

Fashion Revolution Bangladesh-Fonte: https://www.fashionrevolution.org/tag/bangladesh/

Desde então, o Fashion Revolution promove atividades para estimular a reflexão crítica dos consumidores quanto às marcas que consomem e exigir políticas socialmente responsáveis e sustentáveis por parte da indústria da moda. As atividades sempre acontecem entre os dias 22 e 28 de abril, marcando o dia 24 – data do desmoronamento – como ponto alto da programação em homenagem às vítimas da tragédia.

Grupo de organizadores e participantes do Fashion Revolution no Centro Europeu, 2019, Curitiba.

 

Fonte / Textos:
Ana Letícia Branco Sowinski
Mariana Alves da Silva Rosa
Aline Bussi
Nicolle Gora
SemanaFashion Revolution Curitiba 2019

Fonte: https://www.fashionrevolution.org/garment-worker-diaries/

 

Colaborou nesta Matéria:

NICOLLE GORA – Consultoria e Gestão em Negócios de Moda
Supervisora Pedagógica
Núcleo de Moda Centro Europeu
@modacentroeuropeu

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