Como vocês devem ter percebido, a coluna mudou de nome, mudou de logo, mas não de proposta. A proposta, apesar do título que não tinha muito a ver com ela na coluna anterior, que ainda assim tanto me senti honrada em assinar (Bar Contemporartes), continua sendo, talvez agora um pouco mais, extrair poesia de fatos cotidianos e falar de “realidade” por um prisma diferente daquele a que somos levados a pensar a maior parte dos dias. Afinal, como era antes e exageradamente hoje, na era das redes sociais, “todo dia é dia de pomarola” – para cada dia há uma polêmica nova, para a qual todos somos conduzidos e quase intimados a opinar, participar e estar inteirados, deixando de lado talvez, nossos verdadeiros interesses.
Não sou uma rata das redes sociais, nunca cheguei nem perto disso, mas tive nelas tempo de estrada suficiente pra perceber essas temáticas que se intercalam e que nos são quase impostas, e para me cansar dessa dinâmica interminável e de outras coisas. Parece que temos abdicado do direito de escolher sobre o quê queremos pensar, o que queremos fazer, apesar das notícias.
Como as datas comemorativas que nos arrastam ano adentro, com seus carnavais, páscoas e natais, dia dos pais, das mães, dos namorados, o tema do dia tem robotizado nossas condutas e procedimentos, e o andar da nossa carruagem apenas se arrasta na onda comercial, política e de interesses de um “Alguém” que não nos foi apresentado.
Por isso, nesta coluna “A Rosa e o Sorvete”, inspirada na letra da música “Domingo no Parque”, de Gilberto Gil, pretendo propor que possamos escolher nossos pensamentos, aprofundar nossos temas, algumas vezes individuais, não apenas como na mesa de um Bar, entre amigos, mas na profundidade do silêncio que os domingos contêm, com seus raios de sol atravessando as janelas da sala após o almoço em família, naquele breve momento em que nada temos que fazer e possamos, talvez, pensar em nós mesmos.
A “Rosa e o Sorvete” foi escolhido por causa da música Domingo no Parque, de Gilberto Gil. Queria que o nome da coluna remetesse ao dia de domingo e esta música me encanta! Quando escolhi o nome, releguei outros nomes como “Domingares”, que inventei e de que gostei muito e “Domingo no Parque”, que seria mesmo uma homenagem literal à música.
Mas a “Rosa e o Sorvete” contém esta coisa dúbia e também mais oculta, que incita a perscrutar o que quer dizer e que tem tudo a ver com este convite de domingo, que é a proposta desta coluna.
Espero que gostem desta nova etapa, que possam participar e interagir comigo nesta tentativa de ir além do convencional – estas regras que não sabemos de onde vieram ou para onde nos levam ou por quem são impostas.
Tenho meus agradecimentos a fazer e créditos a atribuir, coisa que só não fiz antes porque a revista também estava em processo de mudança e esperei que as coisas estivessem mais estabilizadas e visíveis, mais apresentáveis, para não se perderem os méritos de pessoas especiais que colaboraram com a foto usada no logo (do fotógrafo Fernando Pilatos), o formato do logo (pensado por Eliana Oliveira, e finalizado pelo pessoal da Revista) e, é claro a Ana Dietrich e o pessoal da Revista Contemporartes e todos os que opinaram com relação ao nome da coluna. Meu muito obrigada pela cessão, participação e apoio.
Foto de Fernando Pilatos (www.pilatos.com.br)
Domingo…, um dia diferente dos demais – e os dias da semana parecem saber quem são. Um dia talvez para ir ao parque, esses parques das nossas infâncias, repletos de cheiros e cores, doçuras irrecuperáveis, como uma rosa ou um sorvete. Um pouco parados quase sempre, e constituídos de um outro tempo, quase sempre nostálgico e composto de outros sons, imperceptíveis nos demais dias, como o girar da roda gigante da foto de fernandopilatos, propício para pensamentos e lembranças acerca do que quisermos e não daquilo que propositalmente nos impõem.
Em “A Rosa e o Sorvete” , pretendo não psicologizar, mas poetizar. E não espero que compreendam os temas ou concordem com eles. A proposta é retomarmos o direito a pensar e se aprofundar no que bem entendermos e, sob qualquer perspectiva, não perder o sentido de beleza oculto nas pequenas (ou grandes) coisas.
Ouça esta canção e entenda com o coração o que não está dito.
Oi Lari, tudo bem?
Sou péssima na escrita, mesmo assim gostaria de deixar um comentário pra minha amiga poeta.
Lari, a maioria dos meus colegas, inclusive eu, sabemos opinar, ou melhor, apenas repassar informações ou vídeos por meio das redes sociais.
Mas você sabe extrair poesia de fatos cotidianos, que aos nossos olhos passam despercebidos. Você sabe enxergar as coisas pelo seu próprio olhar, e não do modo como querem que enxerguemos.
A pena está para você, assim como o bisturi está para o cirurgião plástico! Nossa, agora caprichei, hein!
Lari, parabéns pela nova etapa da coluna! Estou torcendo muito por você! Muito sucesso, Lari!!!
Nori, querida! Que saudades! Mas tenho que discordar de você,que também escreve e percebe o mundo com beleza e delicadeza particulares!!! Obrigada por conferir e participar! Adorei a surpresa! ???
Minha querida poetisa, a mais bela e a melhor, na minha visão. Um grande orgulho e uma enorme alegria vê-la brilhar entre aqueles que têm almas sensíveis para perceber o mundo e o colorir. Na cor rosa. Na cor do amor, do romantismo, do carinho, da sensibilidade..
Parabéns querida filha. Te amamos e desejamos muito sucesso..