Schwalbe, a motoneta alemã

“Quem não tem cão, caça com gato…”

Por conta de um amigo de infância, comecei a prestar atenção num tipo específico de moto, a scooter/motoneta. Vespa e Lambreta são as marcas mais conhecidas. Para mim, todas as motonetas eram “lambretas”, até ser esclarecida pelo amigo que “não era bem assim”. Ele é dono de uma vespa…

Jornais já estão noticiando o boom deste tipo de veículo também no Brasil. Já sabiam os italianos, uma ótima opção para a locomoção na cidade. Berlim segue a tendência, a frota de motonetas vem crescendo cada vez mais com modelos novos, variados em preços, cilindradas e qualidade. Existe até a possibilidade de alugar uma destas para passear e também o sistema de sharing com as scooters.

Schwalbe costumizada, o boom das scooters

Bom, como falei, o amigo que me apresentou a este mundo me falou também das Schwalbe, a versão alemã das motonetas fabricadas pela Simson, fábrica que depois da divisão do país passou a ser a marca da antiga Alemanha Oriental. Mais um prova da eficiência e vantagem deste tipo de veículo, os comunistas fizeram a sua própria versão. Hoje, com o aumentou do número de vespas e scooters de todas as sortes, aumentou também o número de Schwalbe, que reapareceram completando o cenário da cidade.

Fotografando uma destas belezas para o amigo, conversei com seu dono que me contou que a polícia alemã patrulhava a cidade com estas motonetas. Ele, orgulhoso, me explica que a sua schwalbe foi uma desta.

 

Schwalbe, a motoneta alemã

Schwalbe, motoneta versão alemã.

Este dias dei de cara com uma, que me fez lembrar de um dos paralelos entre brasileiros e alemães orientais. Se tem algo interessante é observar os dois jeitos de ser dos alemães. Entre outras coisas a pessoinha socializada no lado comunista é mais relaxada, espontânea, direta e com menos trava (atenção generalização!!!!) Já a socializada no lado capitalista… bom, é diferente.
Uma das diferenças que aproxima o antigo comunista do brasileiro é a veia criativa. Filha da necessidade a criatividade em dar um jeitinho para concertar as coisas, a famosa “gambiarra”, também faz parte da cultura destes alemães. Devido à escassez de “coisas”, eles eram obrigados improvisar na hora da precisão. Um jogo de cintura bem conhecido nosso, que o alemão do outro lado nem sonha em ter! Estes vão simplesmente  à loja comprar a peça que falta ou que está quebrada e substituí-la.
Há meses testo a paciência do meu caríssimo Túlio enviando fotos de vespas e schwalben que encontro nas ruas da cidade. Tinha decidido fazer uma pausa, mas eis que me deparo na rua com esta pérola. O camarada não deve ter tido tanta grana para um retrovisor chique, como o dono da outra…

É uma ideia, quem sabe vira moda…

 

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Caiçara, fui pra cidade grande estudar História. Mais tarde aventurei-me em outro mundo, Berlim. Há muitos anos observando a transformação da cidade, a transformação de mim mesma, e os "grandes e pequenos" do dia a dia. Aqui procuro traduzi-los em crônicas.

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