“Berlim, du bist so wunderbar!”
Um jargão de um comercial de cerveja, define de maneira deliciosa a cidade. Sim, Berlim, você é maravilhosa!
Estou de volta ao Brasil por uns meses e desde que deixei a cidade, ainda não parei para pensar nela, esta é a primeira oportunidade.
Berlim é uma cidade em metamorfose, isso fez parte da sua história como de nenhuma outra. Na Idade média eram duas pequenas vilas – Berlin e Coln – separadas por um rio, e foi este rio que trouxe a riqueza do comércio para elas, então já fundidas em uma. No século XVIII foi sede da monarquia prussiana, no XIX começou se industrializar e se expandir, no início do século XX era uma metrópole moderna, “avangard”, que nos anos da ditadura nacional socialista foi reprimida e “postas nos eixos da rigorosa moral alemã”. Com o fim da guerra voltou a ser duas, separada então por um muro e duas ideologias. Fundidas novamente em uma, a cidade vai perdendo a cada dia as suas diferenças.
Mostro aqui um pouco do que foi marcante para mim, enquanto estrangeira, moradora desta metrópole.
Dos símbolos nas ruas da cidade, a estética típica comunista do monumento (entre outros) homenageando o presidente do Partidão Ernst Thälmann. Na calcada, gravada uma alusão à cultura rave, Berlim sem thecno é impensável!
Seguindo uma espécie de herança do rebelde e artístico, característico da Berlim capitalista, a cidade tem como política incentivar em jovens talentos e faz, entre outros tipos de manifestações, da Arte de Rua (diferente da “arte na rua”, leia http://contemporartes.com.br/wp-admin/post.php?post=1952&action=edit) parte de seu potencial turístico. Um dos cartões postais é o pedaço do muro chamado “east Side Galery”. Aqui uma ideia genial, um muro onde o grafite é permitido e livre, podemos ver – finalmente! – como se faz estas obras.
Este lado rebelde da Arte de Rua, está por todo lado da cidade, formando movimentos como o de pintar os trens. Artistas de rua se organizam em grupo para grafitarem rapidamente e de assalto um trem parado no pátio… Sempre procurando a provocação, não se limitaram destas vez aos trens da metro…
E por falar em arte na rua, mostro meu grupo preferido de música de rua, o Ruprecht Kitschen Orchestra. Aproveito este espaço para fazer uma homenagem à eles e seu trabalho – música Dancing de melhor qualidade com letras bem humoradas. Se por for para Berlim e pro acaso encontrar na ruas este pessoal, pare, ouça e dance!
Por fim algo típico de Berlim, o “viva e deixe viver”. Ou como uma fuga do conservadorismo e rigidez – no caso da Berlim ocidental, ou como busca de mais liberdade e oportunidades – no caso de Berlim oriental, guardada as devidas diferenças e proporções, nos dois lados a cidade oferecia a possibilidade de viver a “sua vida”. Herança dos tempos modernos dos início do século, quiça!? A cidade parece que nunca será domada e olha que tem muitos novos moradores – alemães ocidentais – que tentam! (leia http://contemporartes.com.br/wp-admin/post.php?post=1072&action=edit) terá sempre seus lado anárquico, questionador, alternativo. Sim, como em todas as grandes cidades! Claro! Mas lá é um tiquinho diferente…
Aceite o conselho no poste:
“Trabalhe como se você não precisasse de dinheiro.
Dance, com se ninguém estivesse olhando.
Ame, como se nunca ninguém tivesse lhe magoado.
Viva, como se o paraíso fosse aqui na terra.”