DO TAMANHO DE UM BOTÃO: Histórias sensíveis para gente miúda

Projeto contempla crianças da Educação Infantil, de seis meses até seis anos de idade, da rede municipal de ensino com sessões literárias.

Normalmente iniciativas que objetivam promover a leitura costumam ser direcionadas para crianças do ensino fundamental, mas este projeto Do Tamanho de um Botão – Histórias sensíveis para gente miúda que vem sendo apresentado nos Centros Municipais de Educação Infantil (CMEIS), pré-escolas, creches públicas e projetos sociais de atendimento à primeira infância, em Curitiba, tem um diferencial, é voltado, justamente, àquelas crianças que ainda não foram alfabetizadas ou estão em processo de alfabetização.

Infelizmente, não é raro que hoje a iniciação literária se dê de forma impessoal através dos eletrônicos. Para diminuir esse risco e atingir tal faixa etária, a proposta envolve também educadores, pais e a comunidade escolar em um amplo trabalho de sensibilização, a fim de estimular a formação de famílias leitoras.

Serão ao todo, 120 apresentações interativas de narração de histórias realizadas até o final de outubro, nas instituições de ensino e até mesmo em algumas casas da comunidade. A iniciativa é da Malasartes – Educação Sensível.

As sessões são estruturadas a partir de seleção cuidadosa de textos literários que tem como traço essencial de sua construção narrativa a capacidade de dirigir o olhar para aspectos minúsculos – “do tamanho de um botão” – da vida cotidiana, aqueles que passam despercebidos da visão apressada do adulto, mas que não escapam aos olhos atentos dos pequenos. São histórias sensíveis compiladas de obras de importantes autores da literatura infantil como: Ricardo Azevedo, Angela Lago, Silvia Orthof, Rosane Pamplona e Tatiana Belinky, bem como de expressões narrativas da tradição oral.

O espaço criado pelo contador de história que atua como um mediador entre o oral e o escrito é de muita cumplicidade com o público, realmente um convite à imaginação criadora dos pequenos, para isso abrem mão da expressão carregada e superficial e deixam-se guiar fundamentalmente pela obra literária, presente no trabalho com todos os tons, nuances e detalhes.

As sessões são lúdicas, leves, recheadas de rimas, cantigas, onomatopeias e pequenas surpresas. O calor da voz se entrelaça com os gestos das mãos para se criar um ambiente muito acolhedor. Não se trata de um mero entretenimento, mas sim uma vivência literária que procura se adaptar ao ritmo das turmas e da própria instituição. Um carrinho com bonecos de lã natural, feltrados à mão, percorre as salas levando, além de histórias, poesia e delicadezas.

“Buscamos com essa proposta de atuação criar uma experiência sensível do olhar, da escuta, criando um ambiente que contribui para a troca afetiva com o imaginário da criança”, revela Adriane Havro, pedagoga, contadora de histórias e proponente do projeto. E acrescenta: “O contar histórias não substitui a leitura de um livro, o que de fato queremos é que as pessoas se sintam, a partir deste encontro, estimuladas a fazer novos contatos com o universo da literatura”.

Na opinião de Luis Teixeira, mediador de leitura, diretor teatral e produtor do projeto, pensar a iniciação literária em instituições de atendimento à primeira infância implica em compreendê-la como lugar de relações, de brincadeiras, de produção de sentido, de conhecimento de si e do outro, em um processo atencioso de escuta e construção coletiva. “A narração de histórias como incentivo à leitura deve se dirigir à constituição da subjetividade e convidar a criança a inscrever-se no seu mundo, construindo sentidos coletivos de pertencimento”, declara.

MALASARTES – EDUCAÇÃO SENSÍVEL
A iniciativa do projeto é da Malasartes composta por:
Adriane Havro – atriz, pedagoga, contadora de histórias, mediadora de leitura, pesquisadora de histórias da tradição oral, roteirista, criadora dos projetos Quem Conta Um Conto Aumenta Um Ponto e Conto e Costura – Alinhavos Literários – Lei Municipal de Incentivo à Cultura, supervisora dos projetos Anel de Leitura e Terra Livro, Terra Livre – Fundo Municipal de Cultura, integrante da equipe de contadores de histórias em vários editais do Programa Curitiba Lê.

Luis Carlos Teixeira – mediador de leitura, autor, ator e diretor teatral, licenciado em Psicologia pela UFPR, empreendedor e criador dos projetos Casulo da História – Histórias para Despertar – Lei Municipal de Incentivo à Cultura, Clips – Histórias de Bolso, Conto de

Partida – Rodas de Leituras Itinerantes, Anel de Leitura, Terra Livro, Terra Livre – Ciclos de Leitura e No Tempo em que os Bichos Falavam – Ciclo de Leituras de Histórias Fabulosas – Fundo Municipal de Cultura.
Ambos atuam há mais de 15 anos com projetos artístico-literários de incentivo à leitura, levados a escolas públicas, particulares e entidades assistenciais de atendimento a crianças e jovens, em uma trajetória que já beneficiou centenas de escolas e milhares de alunos.
Este projeto é uma realização da Malasartes – Educação Sensível e foi incentivado pelo Positivo por meio da Lei Municipal de Incentivo à Cultura.

Fotos: Alison Martins

Contatos:

Produção
Luis Teixeira
41 99988 9589
malasartes@terra.com.br

Assessoria de Imprensa
Glaucia Domingos
41 99909 7837
glauciadomingos@hotmail.com

 

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Izabel Liviski é professora e fotógrafa, doutora em Sociologia pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Escreve a coluna INcontros desde 2009. É Co-Editora da Revista​ ContemporArtes e Diretora de Redação do TAK! Agenda Cultural Polônia Brasil. Contato: bel.photographia@gmail.com

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