4.
por dentro
uma gota em luz bota o centro a espelho
um rouxinol parado canta dia de sol
inundado de sol e tanta coisa se alumia
tanta
que levanta ausente vazia muda
a sonora tuba que silente
calada austera
canta
dia de sol inundado de sol
e uma tarde ao lado espera em chrysália
e o tempo em torno
velho e morno
e velho
um farol de clareza tão clara
um farol que não para e clareia tudo em volta
continuamente solta um feixe sem borda
como um dia de sol gravado no ar
uma corda um nó uma gota
agulha ou areia
um dia sem lugar
sem par de luz cheia
um dia de sol inundado de sol
6.
vê-nos
aqui no lugar
ao pé do areal
a fera que muge a recuar ferida
e nada
ninguém
só água e sal
a compor o vitral
da catedral
engolida