O dia 8 de abril de 2021 foi consagrado para a Recordação dos Heróis e Mártires do Holocausto.
Yom haZicaron laShoá vehaGvurá!
6 milhões de inocentes. Tragédia quase 20 vezes maior que a pandemia da Covid no Brasil, que arrebatou mais de 400 mil almas até agora. Enquanto o pretenso III Reich que deveria durar 1000 anos desapareceu encoberto pela pátina do tempo, o Povo de Israel continuou sua caminhada de quase 6 mil anos e venceu. Podemos levantar bem alto essa bandeira: ESTAMOS AQUI ! A Alemanha Nazista com todo seu poderio foi vencida em sua agressão covarde contra civis judeus desarmados, incluindo idosos, mulheres, crianças, até recém-nascidos.
Apesar de milhões de baixas esta guerra foi vencida pelo Povo Judeu. Outro número nos vem à mente neste dia – os Heróis – temos orgulho do 1,5 milhão de bravos soldados judeus que vestiram as fardas dos Exércitos Aliados, inclusive do Brasil, e dos milhares de bravos partisans que desafiaram a besta nazista, no Gueto de Varsóvia, em Treblinka, nas florestas, em centenas de guetos onde eles tentaram resistir a uma força muito superior, um dos maiores confrontos assimétricos da Historia Universal. De certa forma, cada judeu que habita este planeta é também um sobrevivente – a prova viva de que os inimigos de Israel não prosperaram.
Há alguns anos, arqueólogos descobriram em Jerusalém fragmentos das muralhas do aquartelamento da então poderosa Décima Legião Romana, enviada pelos Césares para invadir a Terra Santa. E onde está a famosa Decima Legião, com seus guerreiros, lanças, espadas e catapultas ? Resposta – desapareceu para sempre há 20 séculos. Nada restou, além de fragmentos enterrados na Jerusalém de Ouro, capital do moderno Estado de Israel, iluminado pela luz da Torá. Hitler também tentou destruir os seguidores da Lei de Moisés, era a encarnação de Amalek, assim como Haman da Pérsia. Todos desapareceram, sem conseguir abalar a Eternidade de Israel.
No Museu de Auschwitz, em uma pequena vitrine duzias de Talit – mantos rituais, xales de oração chamam a atenção no silencio do local. Judeus piedosos os levavam nos ombros sem saber que trilhavam seu ultimo caminho, Al Kidush HaShem. Suspensos diante dos visitantes consternados, o silencio do Talit é significativo. Testemunhas mudas da continuidade da fé. Ao longo dos milenios uma religiao pura enfrentou e venceu desafios internos e externos, sejam fisicos ou espirituais, vencendo a todos sempre com o mesmo poder do Talit, acompanhando os cânticos nas sinagogas.
Os que se omitiram ou nos perseguiram na noite negra do Holocausto tiveram suas almas maculadas indelevelmente pela marca ignominiosa de Caim. Os inocentes que eles torturaram pereceram como martires Al Kiddush haShem. Esses irmãos e irmãns nos legaram sua fé inquebrantável, seu espirito de luta, transmitido de geração em geração. Que cada um de nós esteja preparado para incorporar-se aos múltiplos elos da corrente de ouro que interliga as gerações, recebendo a bandeira de luta que os últimos sobreviventes do holocausto nos entregam, honrando assim o mandamento que a Bíblia ensina: ZACHOR – RECORDAR.
Holocausto Nunca Mais !
Contra quem quer que seja, em qualquer lugar !
(Israel Blajberg)
Nunca digas que este é o último caminho
Ainda que nuvens de chumbo toldem o azul do céu
Um povo… entre muralhas que tombam
cantou esta canção de armas na mão!
(Hino dos Guerrilheiros – Combatentes da Resistência Judaica)
Sobre o autor:
Israel BLAJBERG – Nascido no Rio de Janeiro, seus pais emigraram de Ostrowiec, Polônia. Engenheiro, professor, tradutor, jornalista. Autor de livros, artigos e palestras sobre temas poloneses, brasileiros e judaicos, II Guerra Mundial, Holocausto e Genealogia. Realizou diversas viagens de estudo à Polônia, tendo recebido 5 condecorações do Governo Polonês e Associações de Ex-Combatentes.
Contato: iblajberg@poli.ufrj.br
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